segunda-feira, 21 de maio de 2012

Oficina "Nas Teias do Patrimônio" - Festival PE Nação Cultural - Gravatá 2011

Desde 2010, o calendário do PE Nação Cultural adota o mês de setembro para sediar o Festival na cidade de Gravatá, aproveitando a já consolidada Festa da Estação, celebrada em torno do Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar, próximo ao conjunto urbano ferroviário do município.
 
Para além de atrações de palco, a programação se constrói também de oficinas, encontros, cortejos, e outras ações que envolvem as mais diferentes linguagens referentes à cultura e sua produção no Estado.

A Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe, desde o ano de 2011, vem estruturando uma oficina com a temática de patrimônio, realizada no quadro dos Festivais, com a eleição de Escolas de Referência em Ensino Médio para sua viabilização.

Facilitadores (Diomedes e Patrícia)



A proposta é de construir um debate de maneira lúdica, junto aos alunos, a respeito de Patrimônio Cultural e Preservação, aportado nas noções de Cultura, Identidade, Memória e História, que perpassam e dialogam entre si na constituição de um conceito sempre em aberto às discussões a partir da comunidade.



Ao longo do primeiro momento da oficina, os alunos vão construindo uma "teia do patrimônio", formada por fios referentes aos já citados conceitos, embasados em cada intervalo pela exposição de imagens, música, cinema e literatura, que tornam esta construção e apropriação mais leve e dinâmica. A relação entre os facilitadores e o público é de mútuo aprendizado, traduzido nas diferentes realidades onde ocorrem a ação.



Num momento posterior, a atividade se desdobra para fora dos muros da escola, no intuito de alinhar teoria à prática, o que possibilita os alunos enxergarem com olhares mais apurados, um patrimônio componente de seu próprio cotidiano, onde por vezes passa despercebido. A observação, o registro e a interpretação norteiam as visitas e roteiros de campo.

A teia em construção


Para Gravatá, a prática foi realizada no dia 1º de setembro de 2011 com alunos da Escola Professor Antônio Farias. No primeiro dia, a receptividade já foi logo percebida pelos facilitadores, ao se depararem com uma turma que surpreendeu em conhecimentos que iam além do senso comum, reafirmando-os como sujeitos dotados de uma cidadania em formação.



"Debatendo" cidadania


No segundo dia, o roteiro, partindo da Estação Ferroviária, permitiu ao público perceper a cidade noutras perspectivas, atendo-se a detalhes, histórias empurradas para debaixo do tapete e na ciência daquele também ser sujeito histórico da cidade, para além das figuras enaltecidas em bustos e nomes de praças.


A observação

O registro


A percepção se debruçava sobre o urbano, das transformações que a cidade sofrera ao longo do século XX, num exercício apoiado por antigas imagens do município nas décadas de 1930 a 1950. A fotografia auxiliava a cristalização das diferentes interpretações e valores atribuídos a esse "urbano" por cada aluno. Da Estação, a turma seguia para o Memorial de Gravatá (antiga Casa de Câmara e Cadeia - edificação tombada pelo Estado como patrimônio material).

Na Estação

Frente à prefeitura

Matriz

Foto Final


O acervo museográfico permitiu um encontro com múltiplos "lugares de memória" que por vezes sem uma relação direta com aquele público jovem, atravessava as histórias e lembranças de seus pais e avós. No caminho para a praça da Matriz, olhares para o casario, pontuados por algumas descaracterizações frente a um ideal distorcido de moderno e vertical. A culminância na Praça, demonstrou um objetivo atingido, encarando os participantes como agentes multiplicadores das práticas do patrimônio e sua preservação.

Gisele Torres - Registro

Dayse Ramos - Registro   

Igor Renan - Registro