sexta-feira, 29 de junho de 2012

22° Festival de Inverno de Garanhuns 2012 - Caminhada do patrimônio

A Equipe de Educação Patrimonial da Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe realizará esse ano, no Festival de Inverno de Garanhuns, a Caminhada do Patrimônio, uma ação direcionada aos moradores e turistas que frequentam o município de Garanhuns durante as festividades de julho.

Nos dias 14 e 15 pela manhã, a equipe irá percorrer ruas da cidade, escolhidas a partir de determinadas edificações histórico-culturais, com o objetivo de estimular, de maneira lúdica, um diferente olhar do público diante de bens culturais construídos, com vias à sua preservação e difusão.

As inscrições, gratuitas, estão abertas na Secretaria de Turismo e Cultura de Garanhuns, localizada no Centro Cultural Alfredo Leite (antiga Estação Ferroviária). A saída da caminhada ocorrerá às 9h, partindo do Parque Euclides Dourado.

Segue cartaz com informações mais detalhadas do evento.

Contamos com a presença de tod@s!



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tipóia Festival - Tracunhaém - setembro de 2011

Localizado a 63 km do Recife, na região da Mata Norte, o município de Tracunhaém é conhecido no Estado de Pernambuco por seus artistas e artesãos que a partir do barro, moldam suas diferentes peças de cunho artístico ou funcional. Desta gama de ceramistas, 3 deles ganharam o reconhecimento pelo Estado como Patrimônio Vivo (Mestre Nuca, Zezinho de Tracunhaém e Maria Amélia), devido às técnicas e conhecimentos detidos e da necessidade de se transmitir esses saberes, tomados como um patrimônio pela população pernambucana.






Para além da criatividade expressa no barro, Tracunhaém também se destaca como pólo integrador de diferentes formas de expressão musicais da Zona da Mata. Diversos grupos culturais e artistas da região e do grande Recife se encontram anualmente no Tipóia Festival, evento idealizado há mais de 10 anos, com sua décima segunda edição realizada em setembro de 2011, com uma participação e envolvimento ativo da população. 


Oficinas e mostras fotográficas estão inclusas na programação, e dentre as ações, uma oficina foi ministrada pela equipe de Educação Patrimonial da Fundarpe em 22 de setembro de 2011 com o nome de "Patrimônio e Preservação". A ideia era viabilizar diálogos entre a Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe e agentes envolvidos com a produção e gestão da cultura e patrimônio na Mata Norte (professores, artistas, gestores públicos, representantes culturais), no intuito de refletir e debater temas relacionados à preservação do patrimônio cultural, desde aspectos teóricos a procedimentos metodológicos e legais. 







Ministrada no Centro de Ação Social do município, a oficina teve uma participação do alunado da região, que à medida das apresentações, ia se identificando com o patrimônio cultural componente de sua cidade e percebido em seu cotidiano. Discussões sobre o termo "Patrimônio" foram levantadas, objetivando uma apreensão a partir de um processo mais construtivo que expositivo. 






Em seguida foram apresentadas as diferentes divisões metodológicas utilizadas em referência à complexa composição do Patrimônio Cultural, mais especificamente, suas classificações a partir da ótica do Patrimônio Material e Imaterial. Os exemplos de bens culturais da região, trazidos pela equipe de oficineiros, permitiu que os participantes se reconhecessem naqueles elementos, constituintes de suas próprias vidas e memórias.




Instrumentos de preservação como o Tombamento e Registro, também foram expostos, seguido de uma apresentação do Edital do Funcultura (mais especificamente a linha de Patrimônio, Pesquisa e Formação), permitindo maiores esclarecimentos sobre suas linhas de ação. A proposta era de uma oficina dialógica entre membros da instituição em questão e a população envolvida nas práticas e experiências de cultura, patrimônio e educação o que possibilitou um dia rico em debates acerca desses temas.  






terça-feira, 19 de junho de 2012

Educação Patrimonial e o patrimônio franciscano - Ipojuca - Primeira Parte

Porto de Galinhas é a chamada praia pernambucana das mais conhecidas em todo o Brasil. Suas piscinas naturais em cenários de encher os olhos de turistas aficcionados pela prática do sol e mar, atrelado a toda uma infra-estrutura montada para o bem receber, atrai anualmente milhares de visitantes.

O que muitos não sabem é que a Vila de Porto de Galinhas inscreve-se no município de Ipojuca, cuja cidade não está inserida nos roteiros mais badalados das agências de viagens. 



Povoação que se constituiu a partir da expansão da cana-de-açúcar para o sul do Recife desde o século XVI, sua posição privilegiada escolhida em acrópole distante da costa por razões militares, permitiu seu desenvolvimento através das atividades agrícolas e portuárias, que gerariam o núcleo de São Miguel de Ipojuca. É no coração desse povoamento que foi erigido o Convento Franciscano de Santo Antônio no ano de 1606.



Tombado pelo Instituto Histórico e Artístico de Pernambuco (Iphan) em 1937, o Convento de Santo Antônio, assume ares de monumento histórico, onde de suas memórias perpassam histórias de sua construção, das invasões holandesas, de um incêndio ocorrido no ano de 1935 e de tantas celebrações de sacramentos envolvendo a população, assumindo seu papel no processo de cristianização inserido no meio da malha urbana, como bem prezava a preferência de sítios dessa natureza para as construções franciscanas. 


A relação dos moradores com a instituição é constante, por meio das missas e celebrações outras, mas a administração da província franciscana no Estado percebia que esses laços deveriam ser melhores amarrados, a partir de diálogos e atividades que estimulassem os processos de apropriação e preservação de seu patrimônio. 


Para esse propósito, foi firmada uma parceria com a Fundarpe para a realização de uma semana de palestras e oficinas, intitulando-se "A presença franciscana na Mata Sul de Pernambuco" que visava debater temas atuais sobre a nova realidade da Mata Sul, dos franciscanos, bem como de Ipojuca diante da construção do porto de Suape.


 Compondo o quadro dessa semana foi pensada uma oficina com o título " Temos uma história que precisamos continuar escrevendo", realizada pela equipe de Educação Patrimonial da Fundarpe nos dias 3 e 4 de novembro de 2011, construída com o intuito de debater sobre o patrimônio franciscano juntamente com a população de seu entorno.


 A ação foi direcionada a 3 escolas públicas e 1 instituição particular no município, envolvendo uma média de 40 alunos por oficina em turmas do Ensino Fundamental II e Médio. Cada oficina aconteceu em um turno dos dois dias, contemplando em cada um as respectivas escolas. 


 A proposta era trazer à tona a temática de Patrimônio Cultural apoiada por diferentes conceitos e ideias que perpassam o seu tecido, a ver: Cultura, Identidade, Memória, História. Esse debate, enriquecido por linguagens envolvendo música, literatura, cinema e leitura de imagens, ia desenrolando-se a partir da construção de um quebra-cabeça referente ao Convento Franciscano, numa participação ativa e direta dos alunos. 

Ao final, com a imagem constituída, o público poderia perceber o papel de cada sujeito na preservação desse patrimônio posto em questão, erguido em pedra e cal, mas também revestido de histórias, memórias, vivências e experiências de ordem coletiva e individuais, constituindo-se na liga de todos os seus elementos. 

 

Ações dessa ordem revelam a importância da Educação Patrimonial na construção de novos discursos e percepções de mundo e desconstrução do já estabelecido, a exemplo dos clichês turísticos reproduzidos em larga escala em balneários do naipe de Ipojuca (Porto de Galinhas) que negligenciam muitos elementos de caráter patrimonial.

 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Oficina "Patrimônio e Preservação" - Festival PE Nação Cultural - Mata Sul - Rio Formoso 2011

Em outubro de 2011, a caravana do Festival PE Nação Cultural chega à região da Mata Sul, famosa por suas belas praias, um conjunto ferroviário de valor histórico e arquitetônico significativo e uma paisagem marcada pelas modernas usinas e engenhos de cana-de-açúcar do século XX. É também apontada como região das águas, a apresentarem diversos mananciais e cachoeiras que correm por vários de seus municípios.



Tendo por cidade-sede o município de Palmares, a programação do Festival se distribuiu em mais sete cidades, realizando-se entre os dias 17 e 22 de outubro. A equipe de Educação Patrimonial da Diretoria de Preservação Cultural da Fundarpe, havia sido solicitada a realizar uma oficina nas temáticas de patrimônio e preservação no município de Rio Formoso, cidade de destaque no potencial turístico da região.

Coreto

Casario de Rio Formoso

Casario de Rio Formoso

Matriz de São José


Banhada por um rio de mesmo nome, a cidade apresenta em seu conjunto urbano uma série de edificações de antiguidade histórica, além da Igreja Matriz de São José e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que revelam a importância de se plantar no município uma proposta de preservação de seu patrimônio edificado.

A oficina, composta por estudantes do ensino médio da Escola de Referência Wilson de Andrade Barreto, ocorreu no dia 20 de outubro, nos turnos da manhã e tarde. Sendo o público formado por estudantes do curso técnico de hospedagem fornecido pela escola, acompanhados por professores da área de turismo, a proposta da ação fora delineada para destacar questões relacionadas aos bens culturais e suas classificações, aplicadas à realidade de Rio Formoso, além de uma explanação acerca de legislações e editais de fomento na área de patrimônio a fim de familiarizar o público jovem para futuras perspectivas de ação.


Tecendo Histórias

Tecendo Histórias


Dentre uma explicação e outra, a oficina se dinamizou com atividades de contação de histórias, a construção de um mapa identitário da Mata Sul e uma finalização com uma dinâmica inédita adotada pela equipe, intitulada "Juri do Patrimônio". A ideia era tornar a lei de tombamento e suas etapas mais acessíveis aos alunos, a partir da encenação de um caso, onde o próprio público foi dividido a atuar como os diferentes agentes que compõem esse processo.

Juri do Patrimônio

Juri do Patrimônio

Juri do Patrimônio

Construção do Mapa Identitário

Construção do Mapa Identitário


O resultado da atividade foi bastante positivo, pois viabilizou uma aproximação do público com legislações e editais referentes à patrimônio (materiais por vezes tomados como complicados de se lidar), vislumbrando uma formação de sujeitos multiplicadores da proposta de preservação do patrimônio a partir de estratégias como a do turismo, percebida em potencial no município, tanto por seu patrimônio natural quanto cultural.